Muito se tem falado no mal
jornalismo praticado no Brasil nos últimos tempos. Na verdade, os maus
jornalistas sempre existiram, os bons também. O jornalismo sempre escolheu
lados e a tão propagada “imparcialidade” nunca saiu das páginas dos manuais de
redação.
Apesar disto, deste
posicionamento unilateral, cabe aos veículos de comunicação, no mínimo, serem
éticos para com os seus leitores e não jogarem na vala comum, uma das
profissões mais dignas da humanidade.
Mossoró, que já foi, em termos
proporcionais, uma das cidades brasileiras com o maior número de jornais
impressos, hoje amarga a falta de opção e tem, por conta de um “milagre”,
somente um jornal em circulação diária.
Eis que este, escolheu na última
semana, um ente da sociedade para lhe servir de “notícia”. Os sindicatos, um em
especial, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró
(Sindiserpum). Mas, com que propósito?
Mossoró vive hoje um caos em
vários segmentos do serviço público: falta de medicamentos nas unidades de
saúde, equipamentos quebrados, servidores sem reajuste há dois anos,
desvalorizados.
Mossoró vive um caos na segurança
pública, é uma das cidades mais violentas do Brasil, assaltos e assassinatos são
fatos recorrentes no dia-a-dia do cidadão. Bairros da cidade estão
intransitáveis por conta da buraqueira, principalmente com as chegadas das
chuvas. Quantas pautas importantes poderia se citar para o único impresso de
Mossoró.
Na última semana, por duas
ocasiões, e de forma tosca e mal intencionada, a pauta do Jornal de Fato, no
entanto, foram os sindicatos, em especial o Sindiserpum. No último dia 19 de
abril, uma verdadeira aula de como não se fazer jornalismo.
A manchete (que deve prenunciar
ao leitor a principal matéria do jornal), trazia a informação: “Sindiserpum
perde força com a criação de novo sindicato”. Até aí tudo bem, não fosse o fato
de que não existia uma matéria sobre o assunto dentro do jornal. A “informação”
a que se referia a MANCHETE, não passava de uma nota de opinião do dono do veículo.
Nenhum jornalista ligou para a diretoria do Sindiserpum para saber se causaria algum
impacto a criação de um novo sindicato. Não era NOTÍCIA. Perguntamos então
novamente: com que propósito?
No dia 24, apenas duas edições
após a “pataquada” da primeira, o jornal publicou uma notícia com erros
grotescos e incompreensão dos termos utilizados, confundindo, por exemplo,
contribuição mensal com imposto sindical.
Muito mal escrita e confusa, ainda
assim, ERA UMA NOTÍCIA. Trazia, aparentemente sem a devida apuração, os valores
recebidos por três sindicatos de Mossoró, dando ênfase ao Sindiserpum.
Qual o interesse do jornal nos recursos
dos sindicatos? Não é dinheiro público. O dinheiro pago pelo servidor aos
sindicatos aos quais escolheram se filiar não corre em segredo. Mas, é a ele, o
servidor, que os sindicatos têm a obrigação de prestar contas. O Sindiserpum o
faz e os seus sócios conhecem muito bem os benefícios e os motivos de serem
sindicalizados.
Está clara a tentativa do único
jornal impresso de Mossoró de tentar colocar a sociedade contra os sindicatos. Clara
a tentativa de instigar a divisão dos servidores, alimentando discórdia, colocando
uns contra os outros. A quem isto favorece?
Os servidores públicos municipais
de Mossoró, aprovaram hoje em assembleia, esta NOTA DE REPÚDIO a este
comportamento desleal e antiético do Jornal de Fato, único jornal
impresso de Mossoró, e que, infelizmente, neste momento, tem agido contra os
interesses da população mossoroense, contra os interesses do bom serviço
público, mas, acima de tudo, contra o que prega o bom jornalismo.
Lamentável para um sobrevivente
que também não vive seus melhores dias e que deveria prezar da melhor forma
pela sua credibilidade ante o seu público leitor. Não é feio tomar partido,
feio é ser desonesto para com a população.
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