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    domingo, 10 de março de 2019

    Prefeitura mente e manipula números para diminuir impacto da greve de professores


    Já no primeiro dia de greve (sexta-feira), a gestão Rosalba Ciarlini se apressa para envenenar a população com suas mentiras, farsas e manipulações inescrupulosas. O irônico é que se enrola no próprio jogo que fantasia. Vamos a realidade.


    A MANIPULAÇÃO
      

    A Secretaria de Educação afirmou nas redes sociais que apenas 16% de UEIS e 15% de 77 escolas de ensino fundamental aderiram à greve. Primeiro erro: não existem estas 77 escolas de ensino fundamental na rede municipal de ensino de Mossoró. Em segundo lugar vem o pior: a falta de coragem e responsabilidade da Secretaria de Educação em diagnosticar o real impacto da greve dos professores na vida de pais, mães e crianças.
    A Secretaria de Educação sabe muito bem que na rede municipal existe uma variedade de situações de professores: efetivos, contratos temporários, com aulas excedentes, permutas com outros municípios, etc, e que em virtude disso, ela jamais vai conseguir verificar o impacto real da greve, utilizando como estratégia o mapeamento das escolas totalmente paradas. Por exemplo, tem escola que de 10 salas de aulas, apenas 1 sala está funcionando devido o professor ser temporário. Ou ainda, tem escolas de ensino fundamental maior, que das 9 disciplinas, apenas 1 não aderiu a greve. E aí, se os alunos forem a escola para ter aula de apenas um componente curricular, essa escola vai ser contada como não adesão a greve? Não seria mais honesto com a população, mais responsável com pais e mães, a prefeitura diagnosticar o número real de crianças e adolescentes sem aulas, que estão privadas do direito a educação pela incapacidade da gestão de dialogar com os professores?
    Diferente da Gestão Rosalba Ciarlini, o Sindiserpum não manipula as informações sobre a greve, porque não fugimos da responsabilidade com as consequências que ela produz. Por isso, insistimos que a prefeita tem também a responsabilidade de dialogar e negociar a pauta de reivindicação dos professores. A verdade é que ao final do primeiro dia de greve, os números indicados pelos próprios professores, mostram que 6 MIL alunos já estão sem aulas. E esse número vai crescer.
    Os professores e professoras são os que mais se angustiam com os prejuízos na aprendizagem dos seus alunos(as), mas não podem admitir serem ignorados, desrespeitados, desvalorizados, por uma gestão que se recusa a discutir uma simples pauta de reivindicação. A prefeita, Rosalba Ciarlini, tem obrigação de agir na defesa do interesse público e essa tarefa tem relação com a capacidade de solucionar conflitos. É de interesse público que a prefeita esteja aberta ao diálogo para debater os problemas do município. E a educação de um povo é o bem maior da sociedade, por isso ela jamais pode ser ignorada por qualquer gestor público.

    A FARSA

    A página oficial da prefeitura nas redes sociais, joga com uma associação de texto e imagem para criar a ilusão de normalidade nas escolas municipais de Mossoró, mesmo estando em momento de greve. Porém, a farsa caiu quando a professora que aparece na foto (antiga) com as crianças em sala de aula, se indignou e protestou comentando no post da prefeitura: “ Vamos abrir os olhos pra enxergar a realidade, senhora prefeita, estamos lutando pelo que nos é de direito! Aproveitem e atualizem a foto, pois essa daí é do ano passado.” Acontece que a professora está em greve e essa farsa da prefeitura lhe causou constrangimentos, angústias, chegando a ser questionada por mães de alunos e colegas. O Sindiserpum dará todo apoio a professora e se necessário tomará as providências jurídicas cabíveis.

    A MENTIRA: VALORIZAÇÃO? QUE VALORIZAÇÃO?

    O discurso da Secretaria de Educação diz que a gestão Rosalba Ciarlini faz esforço para valorizar os professores. Porém a prática trilha o caminho da desvalorização. Vejamos:

    ü  Envia PL para aprovação na Câmara com reajuste salarial (3,75%) menor do que o definido pelo MEC (4,17%) para atualização do Piso Salarial do Magistério;
    ü  Tenta produzir uma desestruturação da carreira do professor começando com achatamento salarial;
    ü  Desrespeita o Plano de Carreira engavetando mudanças de classe de 2017 e 2018, o que provoca perda de 5% na remuneração que teriam por direito;
    ü  Nega a atualização do auxílio deslocamento da zona rural;
    ü  Intensifica a “peneira” na avaliação para o prêmio 14º salário, produzindo uma redução drástica no número de escolas premiadas. E ainda está atrasado o pagamento e a publicação das escolas;
    ü  Impõe condições extremamente inadequadas ao processo educativo com salas superlotadas, apertadas, sem ventilação, etc; e sem condições materiais;
    ü  Prefere ignorar o processo democrático e manter diretores indicados por força política descumprindo o PME.

    Enfim, a educação nos é muito valiosa, por isso, não podemos deixá-la ser aprisionada em práticas ilusionistas e autoritárias. Vamos dialogar, construir consensos e a greve acaba. Só depende da prefeita.
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    Por Marleide Cunha, presidente do Sindiserpum.

                             Publicado em 08 de março de 2019. © Assessoria de Comunicação Sindiserpum.

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