Nos últimos 15 dias o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) foi convidado a visitar várias Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Mossoró e verificar in loco a realidade vivenciada pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A constatação é de que estes profissionais estão jogados à própria sorte pela gestão Rosalba Ciarlini.
Reclamação geral: o atual sistema utilizado
pelos ACS para cadastramento das famílias visitadas (e-sus Território) não funciona
como deveria, com um único servidor para atender a todos os profissionais, vive
fora do ar e a pressão por parte da Prefeitura extrapola o limite do razoável.
Sem computadores nas UBS, muitos procuram a própria secretaria, que também não
dispõe de equipamento suficiente para atender a todos.
Também não há uma orientação
técnica sob o uso do novo sistema. Aborrecimentos que começaram há aproximadamente
um ano, quando o antigo sistema, que funcionava com tablets foi substituído
pelo atual. Segundo os servidores, uma dor de cabeça que poderia ser evitada.
Com o sistema falho, muitas vezes, alguns servidores extrapolam seus horários de trabalham e adentram a madrugada para conseguir inserir os dados no sistema. Há ainda a “recomendação” para que baixem um aplicativo em seus celulares e que usem nas visitas. Muitos ACS, no entanto, não arriscam levar o aparelho para a área com medo de serem assaltados.
Em algumas UBS, os próprios ACS
chegaram a doar computadores para agilizar a emissão de dados, porém, esbarram
na má funcionalidade do único servidor de internet disponível para o sistema.
Falta de EPIs, foi outra realidade
constatada, em algumas unidades, até o momento uma única remessa de máscaras e
de álcool em gel foi recebida desde o início do período crítico de isolamento
social e contaminação pelo Covid-19. Isolamento que eles não tiveram direito,
pois trabalharam durante todos estes meses e sem qualquer incentivo e/ou
adicional.
O fardamento é custeado pelos
próprios servidores e na UBS do Santa Delmira, as reuniões são feitas debaixo
de uma árvore, pois não há, sequer, um local apropriado para que os ACS possam
se reunir. Não são poucos também os relatos de perseguições e assédio moral.
Há exatos dez dias o Sindiserpum
enviou ofício à Secretaria Municipal de Saúde cobrando uma reunião para discussão
de todas estas dificuldades apresentadas. Até o momento nenhum retorno foi dado
ao sindicato.
“Continuamos no aguado de um
posicionamento da Secretaria de Saúde e esperamos que não sejamos ignorados. Os
ACS merecem mais respeito, o servidor público merece mais respeito. A gestão
tem obrigação de oferecer as condições necessárias para que eles executem as
suas atividades da melhor forma possível e constatamos que isto não está acontecendo”,
comentou a diretora do Sindiserpum, Eliete Vieira.
Este é o retrato cruel de uma gestão que propaga a valorização do servidor público, mas, na prática, não passa de propaganda enganosa.
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