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    quarta-feira, 30 de março de 2022

    O dia em que Alysson Bezerra mostrou sua verdadeira face aos servidores públicos de Mossoró

    Anote esta data no seu caderninho: 30 de março de 2022. Foi neste dia que um prefeito jovem e ardiloso mostrou aos servidores públicos de Mossoró a sua face real e botou abaixo o seu próprio discurso de valorização e respeito tanto exaltado em constantes transmissões pela internet.

    Após dias e dias de negociações entre setores jurídicos, econômicos, vereadores e o Sindicado dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) e uma reunião de mais de cinco horas, após uma proposta terrível, mas a única possível para os professores da rede municipal de ensino, fatiada em sete parcelas, estas divididas em dezenove meses, Alysson Bezerra impediu uma greve. 

    A categoria acatou a contragosto, mas acatou a proposta em assembleia. A greve não aconteceu, retornando assim os professores, após um período conturbado de pandemia, às salas de aula, finalmente, após fazer da sua própria casa de ambiente escolar, com seus próprios recursos e sem apoio de qualquer gestor.

    Hoje, no limite do limite da aprovação de um projeto que garantisse aos professores o tal reajuste, Alysson manda para a Câmara Municipal de Mossoró uma verdadeira armadilha colocando sim, o aumento tão propalado (lei federal, diga-se de passagem), mas, alterando sem qualquer acordo entre o Sindiserpum, os professores e a gestão, o Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria, conseguido em 2012 à base de muita luta.

    Sua claque, claro, aprovou de olhos fechados a ordem vinda do Palácio da Resistência, uma vergonha, para quem tem vergonha. Um desrespeito sem tamanho, um engodo.

    Ainda hoje, como se tivesse elegido esta data para mostrar aos servidores quem de fato ele é, Alysson confirma que não dará qualquer aumento aos demais servidores do município este ano, mesmo tendo conseguido um “cheque em branco” de mais de 180 milhões para trabalhar em 2022. Aos que ganham abaixo de um salário mínimo, ele “assegura” que irão receber, na forma de abono, não um reajuste, mas um complemento para que passem então, a ganhar o salário mínimo nacional.

    Ressalte-se que abono não garante nada ao futuro de quem recebe em caso de férias, aposentadoria etc. é uma esmola. Alysson não percebeu ou não acredita, mas ele acaba de mexer num vespeiro sem igual e terá que arcar com as consequências do movimento das abelhas e não vai ser doce, não vai ter mel.



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