Por Francisco Otaviano de Queiroz Costa
(Aposentado)
Deflagrada no dia 23 de fevereiro, a greve dos professores da
rede municipal de ensino de Mossoró está sim, incomodando a gestão Allyson
Bezerra. Prova disto é o aparato midiático movido pelo prefeito para desqualificar
o movimento.
Os já conhecidos sites e blogues financiados pela Prefeitura
soltaram os cachorros com força para cima do Sindiserpum, que lidera a greve,
um vídeo com distorções da verdade foi criado e veiculado no mesmo instante em
que sindicato e Executivo discutiam as pautas protocoladas em 21 de dezembro e
até blogueiro até então “neutro”, passou a atacar o movimento paredista com
mentiras e suposições.
Não se sabe se o “investimento” está dentro da cifra dos R$ 6
milhões já destinados à propaganda oficial da gestão ou foi um “plus” diante da
greve, o certo é que até os constantes atrasos junto aos veículos de
comunicação, este mês não houve, ao contrário, as cifras caíram na conta
rigorosamente em dia.
Nesta briga de Davi e Golias, o Sindiserpum tem feito bem o
dever de casa e mesmo com uma mídia totalmente orgânica, ou seja, sem pagar
impulsionamento e contando com ações espontâneas de professores e simpatizantes
do movimento, tem conseguido rebater as fakes news produzidas pelo aparato
patrocinado.
O vídeo produzido pela vereadora Marleide Cunha e lançado no
último sábado (04) foi didático ao explicar as razões pelas quais a gestão
Allyson Bezera mente ao dizer que já paga o Piso Nacional do Magistério acima
do valor em Mossoró.
Aliás, o roteiro batido foi o mesmo utilizado no ano passado,
mostrando assim a falta de criatividade do prefeito, secretários e até dos seus
meios de comunicação comprados/vendidos.
O Sindiserpum estima que cerca de 80% dos professores e
professoras efetivos de Mossoró estejam em greve e aproximadamente 8 mil alunos
fora da sala de aula. Presos às amarras políticas, celetistas tentam cobrir os
buracos deixados pela greve, sem sucesso tendo em vista o número insuficiente.
Está marcada oficialmente pelo prefeito, uma reunião nesta
terça-feira com o Sindiserpum, o que prova que a greve está incomodando sim, ao
prefeito. Resta saber se ele dará continuidade ao mesmo enredo orquestrado no
ano passado, como tem feito até aqui e ao final, tentar convencer aos
educadores de que só poderá pagar o Piso em suaves prestações até perder de
vista... ah, e sem direito a retroativo.
No ano passado havia um impeditivo eleitoral e os professores foram obrigados a acatar a maior divisão de salários da história de Mossoró. Este ano não há nada que impeça que as negociações se prolonguem, e com ela, a maior greve também da história desta cidade.
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